sexta-feira

O Sentido do Existir construído através da autobiografia durante o processo de adoecimento e hospitalização/ Relato de Experiência em Hospital Público na Cidade do Recife-PE.

PROPOSTA PSICOLÓGICA DE INTERVENÇÃO HOSPITALARLivros autobiográficos(Livros dos HOJES)

                                  Kátia Regina Neves Baptista Guerra

“Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história”.
Hannah Arendt


Realizo projeto de Extensão Federal em um Hospital Público, em que percebi que o adoecimento e hospitalização traz grandes perdas sobre o SENTIDO DO EXISTIR. Nesse sentido, um livro personalizado escrito HOJE em cada folha, revelou nesse fazer diário do paciente, uma estratégia de Psicoeducação para uma efetiva intervenção do Psicólogo(a) em ambiente hospitalar. Seu adoecimento e hospitalização traz questões referentes à liberdade. Nessa falta o sujeito fica desprotegido e sente-se desamparado. Este livro é intitulado O LIVRO DOS HOJES.



AUTORA: Kátia Regina Neves Baptista Guerra

AUTORA: Katia Regina Neves Baptista Guerra
ORIENTADORA: Maria das Graças Diniz
Co-autores: Rita de Cássia Cavalcanti Brandão, Florentino de Melo Guerra Filho
Faculdade Frassinetti do Recife – FAFIRE
EMAIL: katiabguerra@hotmail.com


RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ÁREA DA PSICOLOGIA HOSPITALAR

O SENTIDO DO EXISTIR CONSTRUÍDO ATRAVÉS DA AUTOBIOGRAFIA DURANTE O PROCESSO DE ADOECIMENTO E HOSPITALIZAÇÃO



I.INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata de um relato de experiência sobre a perspectiva da área da psicologia hospitalar, desenvolvido no projeto de extensão Brinquedoteca do setor de Pediatria, em um hospital público da cidade do Recife-PE. O interesse por narrativa autobiográfica vivenciada na prática pedagógica, subsidia esta proposta de estudo no âmbito da psicologia hospitalar. A partir das inquietações advindas da observação do movimento e/ou cinesia apresentado pelas criançase adolescentes, projeta-se o olhar a uma ludicidade expressada nos desenhos, na pintura e na escrita. Nesse contexto, emerge o interesse de (re)conhecer o hoje desses sujeitos hospitalizadas. As atividades psicoeducativas propostas promovem o (re)significado do seu momento de adoecimento.
       Este projeto de intervenção hospitalar intitula-se: O LIVRO DOS HOJES. Simonetti (2014) nos traz como possibilidade  para o manejo clínico da psicologia hospitalar a psicoeducação, pois o mesmo define a psicologia hospitalar como um campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento.



II.OBJETIVOS


II.1 .GERAL

✓ Apresentar a importância da autobiografia sobre um manejo clínico psicoeducativo para criança e adolescente hospitalizados.

   II.2 .ESPECÍFICOS

✓ Promover atividades psicoeducativas às criançase adolescentes hospitalizados;
✓ Possibilitar um (re)significado do sentido do existir em cada uma das crianças e adolescentes hospitalizados;
Desenvolver o Livro dos Hojes nas crianças e adolescentes hospitalizados.


  IIIMETODOLOGIA

       Esse projeto é um relato de experiência sobre uma prática de intervenção psicoeducativa iniciada em 2016, realizada em um hospital público da cidade do Recife-PE. O local da vivência é o setor de Pediatria, especificamente na Brinquedoteca. O público alvo são as crianças e adolescentesinternados, de ambos os sexos, com idades aproximadas de 2 anos até 17 anos e 11 meses.Eles são acompanhados pelo setor de psicologia, que as convida a expressar diariamente no seu Livro dos Hojes sua vivência sobre o seu adoecimento e hospitalização. Através da produção do livro, ocorrem as intervenções individualmente sobre suas narrativas expressivas, que permite ultrapassar o manejo pedagógico, para o âmbito da psicologia hospitalar.

Critelli (2016) relata que por meio da narrativa o indivíduo pode além de expor ao outro sua explicação sobre determinado fato, tem a possibilidade de ao mesmo tempo revisitar ressignificar experiências que não fizeram sentido. Quando o sujeito consegue ter uma compreensão da própria história, numa narrativa que faça sentido, poderá ver a si mesmo sob uma nova ótica, com outro olhar. Quanto à presença do outro, conforme a autora, torna-se imprescindível a testemunha para autenticar as ações na experiência.
O marco teórico que embasa este estudo fundamenta-se nos autores: Dulce Critelli, Jean Clark Juliano, Luiz Cancello e Alfredo Simonetti.


  IV. RESULTADOS ESPERADOS

       A intervenção Psicoeducativa, intitulada O LIVRO DOS HOJES, possibilita às crianças e adolescentes hospitalizados elaborar uma atividade pedagógica, que gradualmente promove uma compreensão sobre o seu processo atual, recriando possibilidades sobre os seus sentimentos frente a sua existência.



   V.CONCLUSÃO

     Este manejo clínico no âmbito psicoeducativo da psicologia hospitalar, viabiliza o re-encontro da criança e do adolescente com os seus sentimentos anteriores à hospitalização e o seu enfrentamento ao adoecimento. Através da produção do Livro dos Hojeseles tornam capazes de construir um entendimento sobre o SENTIDO DO EXISTIR no processo de adoecimento e hospitalização.




  VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


AQUINO, Delaconiera Patricio de. A Hospitalização, uma dor além de física, uma dor psíquica. Data de acesso: 04/04/201 Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/a-hospitalizacao-uma-dor-alem-de-fisica-uma-dor-psiquica/14887
CRITELLI, D.M. 1951: História Pessoal e o Sentido da Vida: Historiobiografia. São Paulo. EDUC: FAPESP, 2016.
JULIANO, J.C. A arte de restaurar histórias: o diálogo criativo no caminho pessoal. São Paulo. Summus, 1999.
JULIANO, J. C. O Tear da vida: reflexões e vivências psicoterapêuticas. São Paulo. Sumos, 2017.
CANCELLO, L.A.Z. O Fio das palavras. – Um estudo de psicoterapia existencial. 3 ed. São Paulo: Summus, 1991.
SIMONETTI, A. (2014). Manual de psicologia hospitalar. São Paulo: Casa do Psicólogo.








http://schenautomacao.com.br/psico/anais/trabalhos.php

Nenhum comentário:

Perfil

Intervenção Psicológica ao Apego Inseguro nas Psicopatologias incluindo os Transtornos Alimentares

  A Teoria do Apego iniciou na metade do século XX através do Psiquiatra e Psicanalista John Bowlby e a Canadense Mary Ainsworth. A palavra ...